FAC-SÍMILE OU CÓPIA?

Salve Pards!

Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “Fac-símile ou cópia?”.

O que é um fac-símile?

Fac-símile é uma cópia autorizada pela editora e produzida sob sua autorização. A edição reproduzida como fac-símile geralmente é uma edição histórica e quase sempre antiga e esgotada.

Aconteceu recentemente na edição nº 600 do Tex Mensal, quando a Editora Mythos deu de brinde um fac-símile da revista Júnior nº 28, com a primeira aparição de Tex no Brasil.

Um detalhe muito importante é que o fac-símile autorizado sempre trás impresso que se trata de um fac-símile, exatamente como aconteceu com a cópia do Júnior nº 28 produzido pela Mythos.

Portanto, podemos dizer que fac-símile é uma cópia autorizada e legal.

Isso porque cópias não autorizadas são passíveis de penalidade por lei. Há proteção aos direitos autorais e a Sergio Bonelli Editore é especialmente rigorosa na proteção da marca Tex. Em outras palavras, não dá para sair por aí produzindo cópias não autorizadas com a logomarca do personagem e, especialmente, das edições de suas revistas.

Cópias…

Não obstante a regulação legal que existe, um colecionador apaixonado e um fã devoto e com certa habilidade reproduz, artesanalmente, cópias de edições raras do Tex com perfeição.

Nada a se preocupar, afinal é um ou outro exemplar e apenas para “ver como fica” ou presentear um amigo.

Exemplares reproduzidos artesanalmente o foram sem pretensão de obtenção de lucro ilícito, mas sim por gosto, por amor mesmo ao personagem.

Entretanto, se quem faz sabe que é cópia, quem não faz, não viu e não soube inevitavelmente acredita ser original.

É aí que mora o perigo!

Vários (vários mesmo) itens raros do colecionismo Tex foram reproduzidos com perfeição e acabam caindo no mercado do colecionismo.

Isso é tão comum que vendedores de bom caráter olham para um item e informam: “não posso atestar a originalidade dele!”

O pior é que também não podem atestar pela “falsidade dele”, isso porque muitas cópias são bem feitas, envelhecidas e até utilizado o mesmo papel do original.

A melhor arma contra essas cópias é a verificação minuciosa juntamente com o exemplar original. Aí a cópia dificilmente passa.

Mas também é difícil encontrar um original para submeter a edição suspeita à prova.

Mas qual é o problema?

O problema, além de alguém poder pagar uma pequena fortuna por algo que não passa de míseros reais, é a deturpação do conceito de colecionismo.

Uma cópia não pode ser testemunha histórica de sua época, quando muito, testemunha apenas sobre as características físicas da edição.

Quais são as obras passíveis de serem copiadas?

Geralmente as obras copiadas são as mais raras. Veja o artigo (vídeo) intitulado “Obras Raras, Quais São e Quanto Custam”.

Um colecionador habilidoso sem aquele item o reproduz, com base no original, para ter o seu exemplar.

Como ninguém é eterno, quando sua coleção passa a outras mãos (que não sabem das cópias bem feitas) esse material falso acaba sendo disponibilizado no mercado por altas somas.

Quais as medidas para evitar esse engodo?

A melhor conduta é a desconfiança sempre.

Podemos relacionar:

– Não adquira edições raras sem já tê-las em mãos alguma vez. Após examinar atentamente uma edição rara original você vai estar mais habilitado para reconhecer uma cópia quando lhe for apresentada.

– Como grande parte das vendas se dá à distância exija vídeos e fotos, quantas achar necessárias, até se convencer ou não da autenticidade do item.

– Desconfie de vendedores apressados ou estressados, que se ofendem com sua desconfiança. Isso pode ser o atestado de sua má intenção.

– Desconfie de obras “em estado de banca”. Embora seja possível edições originais e antigas se manterem muito bem conservadas exija referências do vendedor.

Qual a finalidade de possuir fac-símile?

Em colecionismo o que não é original não é aceitável.

Seria algo como se convencer de que chumaços de algodão fossem nuvens.

Há quem os tolere por não desejar pagar altas somas pelo original. Não é possível recrimina-los.

O correto (de uma correção de caráter mesmo) seria produzir cópias com a identificação de que se trate de cópias.

Não fazendo isso se colabora para que no futuro essa cópia acabe enganando alguém e isso não é ético.

Veja esse artigo no formato de vídeo no Canal Colecionismo Tex.

https://www.youtube.com/watch?v=nzNNOB-XPIM

INSETOS BIBLIÓFAGOS

Salve Pards!

Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “Insetos Prejudiciais ao Papel”.

Um dos grandes terrores dos colecionadores de gibis são os insetos bibliófagos.

Insetos bibliófagos são aqueles insetos prejudiciais ao papel por se alimentarem dele ou de agentes associados a ele, como a cola por exemplo. Neste rol de agentes nocivos vamos elencar a traça-de-livro, os cupins de madeiras e terrestres, a broca-de-papel e o piolho-de-livros, pelos danos consideráveis que causam em bibliotecas e por sua frequente presença.

Traça-de-livro

A traça-de-livro é um inseto da Ordem dos Zygentoma, considerados insetos primitivos desprovidos de asas. A Família Lepismatide é a mais numerosa e importante. Destas a espécie mais comum é a Lepisma saccharina conhecida como traça-prata ou traça-prateada.

É importante saber, para fins de identificação da praga, que a traça-de-livro, mesmo a de outras espécies, são identificadas por seu corpo alongado, possuindo até 2cm, achatado e com três longos filamentos posteriores.

Seu ciclo de vida é ametábolo, ou seja, após sair dos ovos o inseto se desenvolve sem sofrer metamorfose, aparentando sempre a mesma morfologia.

São ativas à noite e preferem sempre lugares escuros.

As traças-de-livro são atraídas não só pelo papel, como também pela goma (cola) que une as folhas de livros e gibis.

Elas produzem danos superficiais a camada externa do papel produzindo escarificações que removem a tinta da impressão. Também produzem a corrosão das bordas das folhas, especialmente capas mais grossas. Dificilmente os danos são profundos, mas podem produzir furos largos quando ocorrem em número expressivo de parasitação, geralmente em material não vistoriado por longos períodos.

A traça-de-livro não deve ser confundida com a traça-de-roupa que causa danos ao tecido. A traça-de-roupa é outro grupo de insetos da Ordem dos Lepdópteros (borboletas e mariposas) e integra a Família Tineidae. Possuem ciclo vital holometábolo (metamorfoseando de ovo em larva e depois em adulto) e é sua larva, que vive protegida por um casulo, quem faz danos às roupas. Em estado adulto, como uma pequena mariposa, ela não se alimenta tendo vida puramente reprodutiva.

Cupins

Os cupins são insetos pertencentes à Ordem Isoptera e podem ser terrestres (ou subterrâneos) e de madeira (conhecidos como cupim-da-madeira-seca), apresentando pequenas proporções de 3 a 5mm. Seu ciclo vital é paurometábolo, passando pelos estágios de ovo, ninfa, e adulto, e são insetos sociais. Sua forma reprodutora alada (aleluias), que pode alcançar de 1 a 2cm conforme a espécie, são responsáveis por formarem novas colônias e parasitarem novos locais.

Os cupins terrestres ou subterrâneos pertencem às Famílias Rhinotermitidae e Termitidae (daí o nome térmitas) e formam colônias no solo criando túneis que frequentemente invadem residências.

Esses túneis se caracterizam por carreiros de terra (túneis) compactados por fluídos corporais do inseto e que se alongam horizontalmente por calçadas e rodapés e sobem verticalmente pelas paredes, alcançando cômodos superiores.

O contato desses túneis com móveis e livros causam a parasitação também desses itens.

Os cupins de madeira pertencem à Família Kalotermitidae e parasitam diretamente a madeira seca não tratada. Na parasitação de estantes invadem livros e documentos igualmente por apresentarem celulose.

Os danos de ambos os grupos são parecidos, provocando furos externos, às vezes imperceptíveis por serem obstruídos pelo próprio resíduo do objeto parasitado, mas em seu interior fazem extensas galerias, geralmente manchadas pelos fluídos corporais do inseto.

Por serem insetos muito numerosos os danos são de grandes proporções.

É fácil detectar a presença de cupins em livros ou madeira pelos montículos de fezes, tipo serragem fina, depositada junto à base do objeto parasitado. Quase sempre, ao detectar um livro parasitado por cupins, o inseto está presente nas galerias e em grande número.

Brocas-de-papel

As brocas-de-papel são insetos da ordem dos Coleópteros (besouros) e também apresentam ciclo vital holometábolo, com variação nos diferentes estágios de vida.

São insetos pequenos. O besouro adulto possui algo em torno de 3 a 4mm, enquanto a larva de 5 a 6mm. A espécie mais conhecida pelos danos causados em bibliotecas é a Trycorinus herbarius (Família Ptinidae).

Produzem furos simetricamente redondos na superfície externa do livro e escavam extensas galerias limpas no interior das folhas. Dentro das galerias botam seus ovos e suas larvas se desenvolvem ampliando ainda mais essas escavações.

Não é comum encontrar o inseto adulto (besouro) no interior das galerias e, mais frequentemente, é possível encontrar poucas larvas. Um livro que se ache completamente destruído por galerias de broca podem revelar uma a três larvas em seu interior.

Os danos em livros podem ser muito amplos pela grande capacidade de reprodução desses insetos. Como os cupins sua presença é notável pelo acúmulo de grânulos como serragem (um pouco mais grossa que nos cupins) depositada junto ao objeto parasitado.

Pilhos-de-livros

Os piolhos-de-livro são insetos primitivos, ápteros (sem asas), da Ordem Psocodea. Seu ciclo vital é paurometábulo passando pelos estágios de ovo, ninfa e adulto.

São insetos muito pequenos, em torno de 1mm, que infestam livros e locais domésticos (paredes e móveis) em temperaturas altas (25ºC).

Como se alimentam de fungos microscópicos consomem esse imperceptível material nas colas que unem as folhas de livros e gibis.

A principal espécie é a Liposcelis divinatorius da Família Liposcilidae.

Podem se tornar muito numerosos em condições adequadas (grandes volumes de livros sem manutenção) infestando toda a residência. Não causam grandes danos ao papel, sendo seu maior inconveniente, em caso de grandes infestações, mancharem as páginas com seus detritos ou ao serem esmagados durante o manuseio, o que favorece o desenvolvimento de fungos.

Prevenção e Manutenção

Para todas essas pragas e principal prevenção é a limpeza e o manejo constante de todos os itens da coleção. O desenvolvimento de quaisquer dessas pragas se dá pela falta de exposição ao ar corrente e a luz natural.

Todas as pragas aqui tratadas são avessas à luz e ao ar corrente, da mesma forma que se desenvolvem em ambientes escuros e com pouca exposição.

Dessa forma a manutenção das coleções (bibliotecas, gibitecas, itens de museus, vestuários, etc.) se dá com limpeza periódica, removendo todos os itens dos locais, limpando esses locais e manuseando cada item adequadamente.

Material que provém de livrarias e sebos podem estar infestados e devem ser atentamente inspecionados e limpos antes de integrarem a coleção.

Além dessas medidas e de forma mais específica, salientamos:

– Traças e piolho-de-livros podem ser evitadas com produtos de cheiro que os mantenham longe como naftalina (nunca em contato com o papel).

– Brocas e cupins são combatidos com a observação constante da coleção para evitar a instalação do inseto; medidas de afastamento com naftalina também mostram resultado.

– Contra os cupins devemos ficar mais vigilantes no período de reprodução, na Primavera e no final da tarde e primeiras horas da noite, quando as aleluias (forma alada reprodutiva dos cupins) entram pelas janelas atraída pelas luzes. Neste período machos e fêmeas (reis e rainhas) se encontram, liberam suas asas, e imediatamente se instalam fazendo furos em madeira e papeis para gerarem novas colônias.

– Móveis parasitados por cupins devem ser tratados por profissionais (dedetização) ou eliminados e substituídos. Veja o vídeo do Canal Colecionismo Tex que originou esse artigo.https://www.youtube.com/watch?v=RXNFM7R-DT8

Edições Raras: quais são e quanto custa”, Parte 2 – “Estratégias para Completar Coleções

Salve Pards!

Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “Edições Raras: quais são e quanto custa”, Parte 2 – “Estratégias para Completar Coleções”.

Teceremos aqui uma estratégia de definição da(s) coleção(s) que o interessado deseja completar, fazendo uma análise por comodidade econômica e de espaço e, por fim, de memória afetiva do colecionador.

Aquisição das Edições

Bom, se você deseja colecionar Tex é óbvio que você é um fã do personagem (se você apenas gosta um pouco do Ranger tudo fica mais simples: tenha somente algumas edições avulsas na estante).

Mas se você é fã certamente vai querer ter uma ou mais (ou todas) as coleções do cowboy da lei.

Para definir quais coleções completar você precisa submeter esse desejo a dois fatores: qual espaço dispõe e como anda sua economia.

Coleções antigas como Tex Mensal, Tex Coleção, Tex Edição Histórica e Tex Edição de Ouro exigem bastante espaço. Para se ter uma noção de distância linear o Tex Mensal, a maior das coleções, forma uma longa fila de aproximadamente 4,50m, enquanto a Tex Coleção, segunda maior em proporção, chega a 3,10m.

A mais recente coleção de luxo Tex Gold, em capa dura com 60 volumes, mede 1,24m, sem falar do peso significativo devido ao papel couchet.

Definido o espaço agora é pensar na economia. Quanto você está disposto a pagar por seu item colecionável?

No artigo (vídeo) anterior, primeira parte deste conteúdo, abordamos o valor das edições raras das coleções de Tex e, em algumas delas, até mostramos o preço praticado dos números comuns nas mesmas coleções.

A estratégia viável para completar coleções longas é definir metas mensais, desde algo como “pelo menos uma edição por mês” a lotes de cinco ou dez.

Vamos tecer uma estratégia específica para quem deseja completar a coleção Tex Mensal, atualmente com 654 (mês de abril) números publicados.

Esta coleção iniciou-se em 1971 e seus primeiros 70 números são os mais valorizados.

Se você gosta dessa coleção muito provavelmente você já deve ter os últimos números, talvez até as 54 últimas edições.

A estratégia ideal para essa coleção é iniciar pelas últimas centenas. Neste caso a primeira meta é buscar a centena entre o número 500 a 599 e assim retroagindo sucessivamente.

Este caminho pode ser alcançado em lotes de cinco ou dez edições. Caso não se encontre algum número da dezena deixa-o para depois, podendo pegá-lo quando aparecer (o ideal) ou fazendo uma busca final pelos “buracos” deixados.

Talvez você não saiba, mas a partir do número 360 (em alguns casos antes mesmo dele) até o número 600 é possível encontrar essas edições em bom estado por R$ 5,00. Se comprar lotes grandes, de 50 a 100 edições, talvez ainda possa achar por melhor preço.

Ao chegar retroativamente no número 350 caberá continuar descendo pelas edições um pouco mais valorizadas da fase Globo (nº 350-207) e RGE (nº 206-165). Neste caso o compromisso mensal de edições adquiridas deve diminuir segundo a economia de cada um.

A fase mais dispendiosa é a fase Vecchi a partir do número 164, retroativamente. Neste caso não há muito que fazer até chegar ao número 70, tendo que pagar preços que irão variar de 15 a 25 reais por unidade, considerando ainda as edições especiais de números 70, 82, 88, 94, 100, 106, 112, 118, 124, 135, 150 e 160, que variam de 40,00 a 60,00.

A grande vantagem que a coleção mensal apresenta nessa fase inicial é a existência da Coleção Mensal 2ª Edição. Essa coleção surgiu em 1977 para atender a demanda dos colecionadores que haviam perdido a sequência inicial da coleção (1ª edição) no início da década de 70.

A 2ª edição foi tão eficiente e importante que até hoje ela atende ao mesmo desiderato dos colecionadores modernos de Tex!

Pois bem, a partir do nº 70, retroativamente, você poderá completar sua coleção mensal com os números da 2ª edição, tornando tudo economicamente mais leve.

Uma dica importante já alertada no artigo (vídeo) anterior: os números 82, 91 e 92 da mensal 2ª edição são absurdamente caros (se comparados à 1ª edição) e a partir do número 106 essa coleção fica inviável economicamente, além de haver uma alteração da numeração original a partir do nº 134.

Para a maioria das demais coleções não há a necessidade de retroagir, pois não há grandes valores a se pagar como vimos no artigo (vídeo) anterior.

A Tex Coleção é (embora seja a coleção mais importante de Tex no Brasil) a mais barata das coleções.

Os primeiros números não atingem mais que R$ 15,00 (o nº 1 em bom estado alcança a módica cifra de R$ 35,00) e a esmagadora maioria pode ser adquirido por R$ 5,00 a unidade.

Para encerrar este artigo (vídeo) eu gostaria de abordar um pouco dois aspectos psicológicos do colecionismo.

Um deles é a memória afetiva, já tratada especificamente aqui no Canal Colecionismo Tex. É a memória afetiva que determinará a coleção que você deseja fazer.

A outra questão é o valor do “objeto do desejo”. Colecionismo não tem explicação lógica já que envolve desejo, a propalada memória afetiva e aspectos do conservacionismo cultural e histórico.

Dessa forma não deixe que modismos narrativos, geralmente hipócritas, contestem o que você pode fazer com as suas economias.

Desde que você não esteja se prejudicando com dívidas só cabe a você e aos seus familiares coordenar as finanças particulares.

Muitos dos discursos ocos contra o consumismo, a acusação de transtorno obsessivo de acumulação e doutrinas filosóficas modernas de minimalismo (todos esses aspectos sérios e importantes, sem dúvida) podem mascarar apenas inveja de quem não pode fazer o que você faz.

Veja o vídeo do Canal Colecionismo Tex que originou esse artigo.

https://www.youtube.com/watch?v=28IUJw_mJf4

EDIÇÕES RARAS: QUAIS SÃO E QUANTO CUSTAM?

Salve Pards!

Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “Edições Raras: quais são e quanto custa”, Parte 1 – “Coleções”.

Quem deseja completar coleções antigas de Tex pode esbarrar em não saber ao certo quais são as edições raras, seus valores e a segurança em adquirir tais edições.

Neste artigo (vídeo) e no próximo vamos tentar esclarecer essas questões.

Os fatores que contribuem para que uma edição se torne rara podem ser resumidas por: primeiro ter tido uma baixa tiragem quando de seu lançamento; segundo ter sofrido perdas de exemplares ao longo do tempo; e terceira ter exemplares remanescentes retidos em coleções particulares.

Esse três fatores tornam difícil o surgimento de algumas edições específicas à venda e se houver muita procura (de novos colecionadores, por exemplo) o preço sobe impelido pela lei de mercado da oferta e procura.

Curioso notar que uma edição rara pode não ser necessariamente antiga e, ainda assim, atender a essas especificidades (como exemplo temos os nºs 11 e 12 da Tex Gigante Colorida).

Bom, na primeira parte deste artigo (vídeo) falaremos exclusivamente de quais edições são raras no colecionismo Tex e quais os valores praticados hoje (abril de 2024).

A respeito de valores estaremos considerando um mínimo e um máximo, sendo o mínimo uma edição em estado “regular” e um máximo para edições em estado “bom”. Lembremos que as edições tratadas aqui e que se acharem em estado de conservação “de banca” podem ter preços bem mais elevados.

Os preços aqui apresentados foram colhidos com vendedores experientes em colecionismo Tex.

Tex Mensal

A “joia da coroa” da coleção Tex Mensal 1ª Edição são os primeiros 37 números, à época editados em formato próximo ao italiano. Obviamente o nº 1 e 2 atinge as maiores cifras, variando entre R$ 700,00 a R$ 1.500,00.

Separamos as demais edições em grupos. Assim o grupo dos números 3 a 5 variam entre R$ 350,00 a R$ 700,00; o grupo dos números 6 a 10 variam de R$ 300,00 a R$ 400,00; o grupo dos números 11 ao 20 variam entre R$ 200,00 a 300,00 e, finalmente, o grupo dos números 21 ao 37 variam entre R$ 150,00 a R$ 200,00.

A partir do nº 38 até o nº 58 os valores podem variar de R$ 50,00 a R$ 150,00. As edições especiais da Editora Vecchi (números 46, 58, 70, 82, 88, 94, 100, 106, 112, 118, 124, 135, 150 e 160) variam entre R$ 50,00 a R$ 80,00.

As edições acompanhadas de pôsteres são bastante valorizadas, portanto a nº 78 e seu pôster varia entre R$ 700,00 a R$ 1.200,00 e a edição especial nº 160 com pôster fica entre R$ 150,00 a R$ 200,00.

Os últimos números da Editora Vecchi, do nº 150 a 164, alcançam maior valor, podendo variar entre R$ 30,00 a R$ 50,00.

As demais edições da Editora Vecchi variam de R$ 15,00 a R$ 25,00.

A fase em que a edição mensal ficou com a Rio Gráfica e Editora, especialmente entre os números 170 a 179 também sofre uma valorização, ficando entre R$ 25,00 a R$ 70,00.

Tex Mensal 2ª edição

A coleção mensal 2ª edição também tem suas características de mercado.

O nº 1 pode variar entre R$ 150,00 a R$ 250,00. Dos números 2 ao 10 o valor varia entre R$ 40,00 a R$ 80,00.

As edições especiais (números 22, 34, 46, 58, 70, 88, 100, 106, 112, 118, 124) apresentam preço similar aos da 1ª edição, porém, especificamente o nº 82 varia de R$ 80,00 a R$ 150,00.

As edições números 91 e 92 também alcançam valore mais altos. A 91 pode chegar a R$ 100,00 e a 92 varia de R$ 150,00 a R$ 250,00.

Na 2ª edição o nº 94 foi dividido em duas edições, com a RGE criando o exótico nº 94A. Ambas as edições podem custar individualmente entre R$ 70,00 a 100,00.

A partir do nº 106, até o cancelamento da coleção mensal 2ª edição no nº 149, as edições se valorizam, variando entre R$ 70,00 a R$ 90,00 cada exemplar.

Tex Edição Histórica

Há somente um exemplar de Tex Edição Histórica com preço acima da tabela praticada. Trata-se do nº 67 que pode custar entre R$ 50,00 a R$ 60,00.

As demais edições desta coleção tem o valor médio de R$ 15,00 o exemplar.

Tex Edição Gigante

Os números 15, 16 e 17 desta coleção são os mais difíceis de aparecer, custando entre R$ 50,00 a R$ 80,00.

O valor médio para exemplares dessa coleção é de R$ 25,00.

Tex Edição de Ouro

A edição nº 20 é a mais difícil de encontrar, sendo vendida ao preço de R$ 40,00 a R$ 50,00.

As demais edições dessa coleção possuem preço médio de R$ 15,00.

Tex Edição Gigante em Cores

Essa coleção em capa dura e colorizada possui o preço médio de R$ 50,00, mas teve seus últimos dois volumes, números 11 e 12, vendidos na época apenas pelo site e com edição limitada.

Hoje o nº 11 pode ser vendido por R$ 300,00 a R$ 500,00 e o nº 12 ao valor de R$ 700,00 a R$ 1.200,00.

Veja o vídeo do Canal Colecionismo Tex que originou esse artigo.

https://www.youtube.com/watch?v=hRPkdSijBaM

RANK BRASIL

Salve Pards!

Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “Rank Brasil”.

O Rank Brasil é uma empresa independente iniciada no ano de 1999 por iniciativa do paranaense Luciano Cadari.

Ela registra recordes exclusivamente brasileiros nas mais diversas categorias e os expõe em publicação digital.

Em sua página na internet a empresa atesta que sua credibilidade “é assegurada pela precisão nas pesquisas e pelos métodos rigorosos utilizados por seus fiscais”.

O primeiro passo para registrar um recorde é o preenchimento de um formulário de homologação (disponível no site www.rankbrasil.com.br) que é apreciado por uma equipe do RankBrasil e após análise entra em contato com o solicitante.

Após essa etapa o solicitante pode ser enquadrado em uma nova categoria (um recorde em algo inédito) ou como superação de um recorde já estabelecido.

A fiscalização também pode se dar à distância (via documentos, fotos datadas e vídeos não editados), que é um processo mais longo, e o presencial (sob as vistas dos fiscais).

Sendo a proposta aceita é estabelecido o recorde. Há então uma taxa a ser cobrada e, depois de sanada, emite-se certificação, troféu e divulgação em mídia.

Em se tratando de colecionismo Tex o Rank Brasil homologou em 2018 a “maior coleção de Tex Willer” ao paranaense João Marin com seus 5.321 itens de sua coleção.

No grupo público do Face Book “Tex Willer, A Lenda”, em que é um dos administradores, foi criado um álbum somente sobre este recorde, apresentando fotos de sua magnífica coleção e explicando os critérios seguidos pelo Rank Brasil para sua homologação.

É bom ressaltar que João Marin também é o autor do livro “Tex e a História de Uma Coleção” (2018). Dos 5.321 itens homologados neste recorde, 5.031 são revistas do personagem (nacionais e importadas) e o restante são itens relacionados (estatuetas, bonecos, pôsteres, baralhos, álbum de figurinhas, etc.).

O recorde de João Marin de 2018 foi uma superação ao recorde anterior de 2013 creditada ao colecionador Adriano Rainho (Santo André-SP) que naquele ano havia sido homologado com 3.039 itens.

Adriano Rainho é o autor da obra “Meu Irmão Mais Velho Tex Willer” em dois volumes.

Algo importante a considerar é que, como vimos nos vídeos “Quantos gibis do Tex você teria se tivesse tudo o que já foi publicado no Brasil?”, as edições brasileiras do personagem somam pouco mais que 2.300 revistas em quadrinhos. Portanto, os números tão expressivos apresentados, tanto por Adriano Rainho em 2013 como por João Marin em 2018, necessitam conter muitas edições estrangeiras e itens aleatórios do personagem para atingirem as marcas apresentadas.

Para encerrar, salientamos que muitos colecionadores de Tex no Brasil possuem todas as edições brasileiras do personagem e, que entre esses, ainda há muitos que também colecionam itens importados. Além disso, os próprios João Marin e Adriano Rainho, desde sua última homologação já expandiram significativamente os números então homologados.

Como o Rank Brasil só homologa coleções que lhes são apresentadas pode existir colecionadores anônimos capazes de superar a atual marca de João Marin.

Será? Veja o vídeo do Canal Colecionismo Tex que originou esse artigo.

https://www.youtube.com/watch?v=Z9JMKORI7D8

MEMÓRIA AFETIVA

Salve Pards!

Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “Memória Afetiva”.

Se perguntarmos para qualquer leitor, colecionador e fã de Tex sobre qual gibi do ranger mais o agrada, muito possivelmente será lembrado um número especial de determinada coleção.

O que vai determinar essa preferência são as lembranças em torno daquela edição ímpar. Pode ser o fato da edição em questão ter sido a primeira lida, ou lembrar-lhe alguém querido, ou então lembrar-lhe de uma fase importante da infância ou da vida, ou ainda por estar vinculada a momentos significativos da sua história pessoal.

Esse conjunto de lembranças boas são chamados de “memórias afetivas”.

No caso específico do colecionismo Tex a memória afetiva é a responsável por preservar uma fatia significativa de colecionadores.

O gatilho emocional funciona assim: “Tex me lembra um momento bom de minha vida”, “eu quero preservar esse momento bom”, “Tex significa esse momento bom” em consequência “se eu manter Tex próximo a mim então eu torno esse momento bom constantemente preservado comigo”.

E assim a mágica se dá! E aquele(a) adulto(a) estará fazendo coleções, lendo seu gibizinho e até fazendo projeções emotivas para filmes de faroeste, cosplay de personagens e participando em encontros de aficionados.

Alguém pode dizer: “não concordo! eu apenas gosto de Tex porque as aventuras são ótimas”.

Sim, possivelmente não estará errado em se tratando de você, isso porque, Tex não possui para você uma memória afetiva. Em outras palavras, sua mente não criou uma associação entre uma lembrança boa do passado e o personagem da Bonelli.

Aliás, pode ser até que sua memória afetiva esteja vinculada ao Batman, ao Homem-Aranha ou ao Conam, e é por isso que você prefere esses ou outros heróis de quadrinhos antes de Tex.

Outra situação também possível é que você pode ter vinculado Tex a uma memória ruim, o oposto das memórias afetivas.

Se isso aconteceu você certamente odeia o ranger, não suporta vê-lo ou ouvir seu nome, e quando isso acontece trata logo de ridicularizá-lo.

No entanto para quem construiu as suas memórias afetivas vinculadas a Águia da Noite a simples lembrança pode leva-lo(a) à uma doce (ou difícil, mas ainda assim admirável) infância.

É possível até que você tenha um ganho em qualidade de vida ao ler e colecionar Tex. Isso porque seu cérebro libera uma resposta química “rejuvenescedora” toda vez que desperta do passado aquela criança ou jovem que se deleitava com as aventuras do personagem. Ou seja, ler e colecionar Tex “atualiza” a criança viva em suas memórias.

Assim, não se trata mais de um gibi, nem sequer de um personagem de histórias em quadrinhos, mas sim de uma felicidade única, fixada em um momento do passado e trazida a tona naquelas páginas, conduzindo consigo pessoas queridas que não esteja mais conosco, ambientes e paisagens urbanas alteradas pelo progresso ou a própria juventude e saúde modificada pela idade.

Pode se dizer que Tex é uma dose diária de juventude e reencontro com momentos perdidos no tempo.

Mas a memória afetiva pode ser de alguma forma prejudicial em se tratando de Tex?

Sim, pode, e é interessante avaliarmos alguns aspectos.

O negativo de uma memória afetiva é a incapacidade de algumas pessoas em flexibilizarem suas memórias à evolução dos tempos.

Em outras palavras é o fã fixado em um momento editorial do Tex, tornando-o radicalmente contrário às inevitáveis mudanças que o tempo trás.

Vamos imaginar um fã acima dos 60 anos de idade.

Na sua infância ele se apaixonou pelas aventuras do Tex da Vecchi. Então ele se habituou com os desenhos de Aurelio Gallepini, Giovanni Ticci, Guglielmo Lettèri, Erio Nicolò e Fernando Fusco. Ele também se habituou ao formatinho, ao papel jornal e ao preto e branco.

Em 1983 ele levou um susto e quase ficou sem seu personagem, mas o ranger voltou sob o selo RGE e tudo estava lá! Ele voltou a vislumbrar o formatinho em papel jornal e preto e branco, e Gallep, Ticci, Lettèri, Nicolò e Fusco também estavam lá. Tudo bem, de repente surgiu um Vincenzo Monti, um Jesus Blasco, um tal de Fabio Civitelli e Claudio Villa, mas eles eram “razoáveis” e era possível “aguentá-los”.

No entanto o tempo passou, a RGE deu lugar a Globo e ele viu histórias assinadas por um Claudio Nizzi e Tex sofreu uma transformação absurda na pena de um desconhecido Gilbert (pseudônimo de Alberto Giolitti).

Para piorar passaram a publicar histórias de Tex em cores!!! Que ultraje!

Neste ponto as memórias afetivas desse fã mandaram-no recuar: “Esse Tex não conversa mais comigo!” disse ele. Sentiu-se traído.

Esse hipotético (mas nem tanto) fã nem possuía até esse tempo internet. Não lhe disseram que Nicolò havia morrido. Também não lhe falaram que Nizzi estava para substituir Bonelli e Giolliti (Gilbert) foi o mestre de Ticci.

Tudo apareceu para ele nas páginas do “seu Tex” e ninguém lhe perguntou se ele aceitava aquilo tudo.

Hoje em dia existem muitos velhos fãs nessa situação.

Eles até aprenderam a usar a internet. Sim, como aprenderam! Mas, infelizmente, aprenderam a usar para reclamar! Reclamam de tudo! Não gostam dos novos desenhistas, muito menos das aventuras. Também não gostam dos novos formatos. Não gostam das capas de Villa, queriam que o mestre Gallep voltasse do além para continuar essas capas.

Justiça seja feita, para muitos fãs velhos a adaptação foi possível.

Mas, é lamentável que entre fãs atuais do ranger haja aqueles incapazes de se adaptarem.

Eles continuam ativos. Muitos divulgam o personagem, participam de eventos, mas estão “presos” ao Tex da fase Vecchi. Alguns até chegaram ao período RGE e Globo, mas muito poucos conseguiram adentrar os primeiros anos da Mythos.

Não parece, mas o pessimismo que os saudosistas sofrem repercute negativamente na própria vida editorial do Tex.

Eles, talvez involuntariamente, desincentivam novos leitores, atrapalham com suas críticas a já precária divulgação da Mythos Editora e sabotam novas iniciativas editoriais.

Vinculados ao passado procuram negar o presente. Para isso empregam a arma da crítica, do arrazoamento. Parece não se darem conta que com isso prejudicam o futuro do ranger, mesmo que eles gostem de alardear (com razão) os mais de 75 anos de vida editorial de Tex.

Memórias afetivas são coisas boas e devem ser preservadas.

Mas é necessário dar oportunidade para que novas memórias afetivas se construam em novos leitores.

Também é necessário entender que existem muitas outras memórias afetivas construídas no Tex da Mythos, afinal já se vão 25 anos de Tex com essa editora.

Jovens e velhos precisam respeitar isso.

Precisam respeitar o poder que Tex teve, tem e terá em criar muitas e muitas memórias afetivas.

Veja o vídeo do Canal Colecionismo Tex que originou esse artigo.

https://www.youtube.com/watch?v=Q4BJJN2L-e4

A PRIMEIRA EDITORA DE TEX NO BRASIL

Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “A Primeira Editora de Tex no Brasil”.

Começamos dizendo que não é bem assim como o título descreve, porque o Tex não começou a ser publicado no Brasil exatamente por uma editora, mas vamos aos fatos.

O ano era 1951 e o Brasil chegava perto aos 52 milhões de habitantes – bem distante dos 200 milhões de hoje – governados pelo Presidente Getúlio Vargas, eleito democraticamente em dezembro de 1950, para o que seria seu segundo mandato.

Naquela época as histórias em quadrinhos eram alvo de uma perseguição implacável iniciada na Europa, pelo nacionalismo do governo autocrata italiano, e que provocou disseminação importante no Brasil.

Por aqui, junto a questões do nacionalismo, outros elementos provocaram discussão, redundando em um estudo feito no ano de 1944 pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), um órgão do Ministério de Educação e Saúde, que atribuiu aos quadrinhos influência nefasta sobre o desempenho escolar das crianças.

A questão foi provocando tanta comoção na sociedade brasileira que em 1948 chegou-se mesmo a formar uma Comissão de Educação e Cultura da Câmara de Deputados para investigar as denúncias do INEP.

Naquele momento, para sorte das revistinhas em quadrinhos, o relator era o deputado Gilberto Freyre, autor da clássica obra “Casa-Grande e Senzala” (1933) e entusiástico defensor das revistinhas. Freyre, em seu parecer final de 1949, foi contrário a censura dos quadrinhos.

No entanto, naquele mesmo ano foi aprovada na França uma lei que censurava as revistas em quadrinhos no país.

A década de 50 se iniciava com psiquiatras americanos, capitaneados por Frederic Wertham, depondo que as revistinhas eram as responsáveis pelo aumento da violência entre crianças e adolescentes.

Isso tudo chegou ao Brasil, movimentando a discussão entre políticos, clérigos, educadores e, claro, os próprios editores das histórias em quadrinhos.

Os dois maiores editores de revistas em quadrinhos na década de 50 eram os empresários Roberto Marinho, do Jornal O Globo, fundado no Rio de Janeiro em 1925, e Adolfo Aizen da Editora Brasil América Limitada (EBAL) também fundada no Rio de Janeiro, em 1945.

Aproveitando-se daquele momento conturbado, Orlando Dantas, diretor do Diário de Notícias (Rio de Janeiro, 1930), promoveu uma briga pessoal contra Marinho, atacando os gibis em seu jornal com os incendiários argumentos da época, na tentativa de quebrar-lhe a liderança no mercado.

Esse foi o palco que receberia o personagem Tex Willer.

Como sabemos, Tex foi criado na Itália em 1948 pela Edicioni Audace (1940) de Tea Bertasi, ex-esposa de Giovanni Luigi Bonelli que, como colaborador da Audace criou o personagem junto com Aurelio Gallepini.

Em agosto de 1950 Roberto Marinho trouxe para o Brasil os quadrinhos italianos da coleção Albo Salgari, do escritor Emilio Salgari, publicando-os em uma revistinha chamada Júnior. A Júnior era publicado no formato de tiras (striscias, 8X17cm), criado pelo editor italiano Tristano Torreli.

A partir do nº 28 (fevereiro de 1951) a Revista Júnior deu início a publicação de Tex, chamado de Texas Kid nas capas. Naquele período as publicações de Marinho eram todas produzidas nas oficinas gráficas de O Globo, pois ainda não havia fundado sua editora.

No ano anterior (1950), a Editora Vecchi (Rio de Janeiro, 1913), de Arthuro Vecchi, também havia trazido para o Brasil duas séries de sucesso na Itália: em janeiro “O Pequeno Xerife” (Kit Hodghins, Il Piccolo Sceriffo, 1948) e em setembro “Xuxá” (Sciuscá, 1949).

Roberto Marinho continuou publicando as Aventuras de Texas Kid. Em 1952 fundou no Rio de Janeiro a Rio Gráfica Editora (RGE) que passou a fazer parte das Organizações Globo (neste período ainda não havia a Rede Globo de Televisão que foi fundada somente em 1965) e deu continuidade às publicações de quadrinhos, inclusive Texas Kid. Texas Kid perdurou até a edição 263 (julho de 1957), tendo 236 números publicados de suas aventuras.

Curiosamente, quando fundou sua editora RGE, Marinho não podia ainda usar o nome “editora Globo” como era de sua vontade por já existir em Porto Alegre a Livraria do Globo, fundada em 1883.

Somente em 1986 a RGE comprou a Livraria do Globo assumindo seu nome (Editora Globo) e mudando sua sede para a cidade de São Paulo.

Curiosamente, nesse período Roberto Marinho estava novamente às voltas com Tex Willer, mas isso já é assunto para outro vídeo!

Veja o vídeo do Canal Colecionismo Tex que originou esse artigo.

https://www.youtube.com/watch?v=l6EjvTKPPo0&t=42s

LEITOR, COLECIONADOR OU ACUMULADOR?

Olá Pards! Este é o artigo referente ao vídeo do canal COLECIONISMO TEX intitulado “Leitores, Colecionadores ou Acumuladores?”.

Colecionar é juntar coisas.

Um colecionador, geralmente por gosto e memória afetiva, reúne materiais com características sequenciais entre si, os quais ajunta, limpa e organiza, tornando-se assim um preservador de objetos relacionados com a cultura de uma época.

Em se tratando de histórias em quadrinhos (HQ) o método é o mesmo, motivado por idênticos anseios.

LEITORES

Contudo, nem sempre o fã de quadrinhos deseja possuí-los em uma coleção.

Há aqueles que têm como objetivo prioritário seu entretenimento ao ler uma revista em quadrinhos.

Para estes o acúmulo de revistas é desnecessário e pode até ser alvo de críticas quando associado a ideias contra o consumismo desenfreado como o pensamento minimalista.

Um fã de HQ que reúne em torno de si algumas dezenas de revistas para lê-las e depois trocá-las por outras não é necessariamente um colecionador.

Esse comportamento é típico do leitor de quadrinhos que gosta e conhece a história editorial e a mitologia de seus personagens preferidos, mas não possui interesse em preservar junto de si as edições sequenciais publicadas desses mesmos personagens.

COLECIONADORES

Colecionadores de HQ são famosos pelo grande volume de material que guardam perto de si.

Isso é facilmente compreensível se considerarmos a imensa gama de material impresso existente e caracterizado como histórias em quadrinhos.

Quanto mais eclético for o gosto do colecionador maior será o volume de HQ que preservará em coleção.

Basicamente se reconhece o colecionador pelo desejo que demonstra em reunir e organizar o material, mantendo-os nas melhores condições e por todo o tempo que lhe for possível.

Com isso colecionadores lutam frequentemente com a questão financeira e de espaço, sendo esses fatores a influência principal que delimita suas coleções.

São exatamente esses fatores os principais indicadores da saúde mental e psicológica do colecionador.

Quantidade não é necessariamente indício de acumulação, desde que o colecionador consiga manter sua coleção organizada e bem cuidada, preserve sua economia, apresente espaço adequado para seu hobby, mantenha sua saúde social e familiar, preservando sua própria qualidade de vida.

ACUMULADORES

Pessoas que apresentam um hábito de reunir muito material que extrapolam o próprio espaço e os levam (a si e a seus familiares) a sofrimentos psicológicos ao ter que administrar esse problema, são comumente chamados de acumuladores.

A ciência classifica esse comportamento genericamente como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e mais especificamente como “TOC de Acumulação”.

No caso de colecionadores de revistas em quadrinhos o TOC de acumulação pode ser notado por meio de alguns impactos notados no meio físico em que se vive e junto das pessoas que lhes são próximas.

Talvez o mais imediato seja o financeiro.

Pessoas com esse distúrbio não conseguem deixar de comprar e acabam se privando e submetendo entes próximos a algum nível de privação por priorizar a aquisição de suas revistas.

Perguntas básicas sobre a questão podem detectar o risco de tal comportamento:

1) Já deixei de comprar algo necessário para comprar HQ?

2) Impedi que pessoas próximas comprassem algo para priorizar minhas aquisições de HQ?

3) Sacrifico momentos de lazer para economizar visando minhas HQ?

Outro fator que indicam a possibilidade de um acúmulo patológico na coleção está relacionado ao espaço.

Pessoas com esse distúrbio tendem a não notar que suas coleções estão tomando conta de toda sua morada.

Para o colecionador com muitas HQ cabe algumas questões:

1) Quantos cômodos da minha casa possuem HQ?

2) Me movimento livremente por cômodos e corredores?

3) Já me desfiz de móveis para ganhar mais espaço para as HQ?

Uma das mais evidentes características do colecionismo é o cuidado com a coleção.

Como colecionar é organizar, o cuidado e a manutenção da coleção é algo que faz parte dos prazeres do colecionismo.

Nesse tocante é importante termos boas respostas para as seguintes perguntas:

1) Eu tenho acesso a todos os itens da minha coleção?

2) Eu faço a limpeza de todos esses itens periodicamente?

3) Eu sei quantos itens eu tenho?

Como podemos ver o colecionismo está vinculado ao prazer (felicidade) e ao controle (organização).

Se não estamos felizes e não controlamos nossas coleções, então há aí um bom motivo para reconsiderarmos nossa forma de ver os nossos amados gibis.

LEITORES-COLECIONADORES & COLECIONADORES-LEITORES

Atualmente no colecionismo parece existir um apelo muito forte, quase obrigatório, à necessidade de ler todas as HQ da coleção.

Por óbvio, ler é a própria finalidade da existência das HQ, mas em colecionismo a coisa não se apresenta necessariamente assim.

Achou estranho?

Raciocine da seguinte forma: um colecionador de canecos de chope pode não usá-los obrigatoriamente para tomar chope mantendo-os apenas em exposição, da mesma forma um colecionador de HQ estrangeiras não saberá ler todos os idiomas de suas revistas, e por aí vai.

Mas se ainda assim você achar estranho que alguém colecione HQ sem obrigatoriamente lê-las é porque você se enquadra entre os “leitores-colecionadores”, que prioriza a leitura mais que a coleção em si.

São esses colecionadores que se desfazem mais facilmente de itens, não possuem necessariamente uma consciência de completar uma coleção e são mais seletivos quanto as coleções que fazem.

“Colecionadores-leitores” priorizam a coleção antes da leitura. Em algum momento as leem, mas isso se dará quando for a melhor oportunidade, sem pressa alguma, afinal o gibi está lá garantido em sua estante.

Para colecionadores-leitores obter a edição desejada é um prazer, lê-las depois é um segundo prazer.

Fico por aqui!

Obrigado e não deixem de assistir ao vídeo do Canal!

Veja o vídeo do Canal Colecionismo Tex que originou esse artigo.

https://www.youtube.com/watch?v=GxsV-QESGHE